Tuesday, May 7, 2024
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Freedom – Por Henrique Salles Da Fonseca
Sunday - Jan 8, 2023
Freedom – Por Henrique Salles Da Fonseca
Miami tem cerca de dois milhões de habitantes, metade dos quais é constituída por imigrantes. Destes, parte substancial é de refugiados cubanos e seus descendentes. Diz-se que 80% da população de Miami fala espanhol, mas há irredutíveis de ambos os lados: 20% de anglófonos só fala a sua língua materna e há «latinos» (cubanos) que sobrevive décadas e décadas nos EUA sem falar inglês. É obra! Depois de visitar o auto-gueto «Little Havana» fiquei com a quase certeza de que esses castelhanófonos monolingues o são devido a baixo ou muito baixo nível cultural e porque se restringem a sobreviver no seu «barrio». A sorte desses madraços está no facto de haver muitos bilingues.

Foi preciso chegar a «Little Havana» para ouvir um galo a cantar como que a dizer-me que por ali há economia de subsistência, o que confirmei por uma vendedeira ambulante que apregoava com estridência algo que me apressei a ignorar. E tudo isto se passa num local aberto dentro duma cidade (Miami) formidável, próspera e cheia de gente acolhedora e que exibe felicidade.
 
Sim, tudo indica ser bom gozar da liberdade (e da responsabilidade) americana vivendo em Miami. Miami tem cerca de dois milhões de habitantes, metade dos quais é constituída por imigrantes. Destes, parte substancial é de refugiados cubanos e seus descendentes.
 
Diz-se que 80% da população de Miami fala espanhol, mas há irredutíveis de ambos os lados: 20% de anglófonos só fala a sua língua materna e há «latinos» (cubanos) que sobrevive décadas e décadas nos EUA sem falar inglês. É obra! Depois de visitar o auto-gueto «Little Havana» fiquei com a quase certeza de que esses castelhanófonos monolingues o são devido a baixo ou muito baixo nível cultural e porque se restringem a sobreviver no seu «barrio». A sorte desses madraços está no facto de haver muitos bilingues. Foi preciso chegar a «Little Havana» para ouvir um galo a cantar como que a dizer-me que por ali há economia de subsistência, o que confirmei por uma vendedeira ambulante que apregoava com estridência algo que me apressei a ignorar. E tudo isto se passa num local aberto dentro duma cidade (Miami) formidável, próspera e cheia de gente acolhedora e que exibe felicidade.
 
Magnífico, o «campus» universitário de Medicina situado no limite urbano de Miami na saída para Everglades. Andam por lá portuguesas a estudar, o que ficámos a saber no dia seguinte ao pequeno-almoço quando duas jovens Senhoras, na mesa ao nosso lado, fizeram questão de nos fazer saber que por ali eram imigrantes intelectuais e não braçais. Votos de que o autismo corporativista médico português não lhes levante obstáculos ao exercício da profissão quando, prontas, regressarem.
 
«Everglades» significa «pântanos» e nada tem a ver com a eternidade sugerida pela partícula «ever». Mas para nós, pântano está associado a água estagnada, borbulhante de pútrida, fétida. Nada disso por ali, talvez haja alguma correnteza. Naquelas paragens, os crocodilos chamam-se aligators e se mudam de nome, não é por uma questão de originalidade mas porque têm características que os distinguem dos «primos» da «Lacoste»: o crocodilo tem o nariz recto e tendencialmente convexo enquanto os aligators têm um perfil côncavo; o aligator tem menos uma vértebra cervical do que o crocodilo pelo que aquele não flecte o pescoço – e assim é que pelo pescoço morre o aligator.
 
Dizem-me que o aligator não é perigoso. Não acredito! À semelhança dos crocodilos, têm aquela combinação terrível que é a de terem um cérebro pequeno e uma boca enorme cheia de dentes. É claro que não meti as mãos no pântano – com aquela água não me lavarei!
 
Regressados a Miami para o almoço e um passeio a pé para «esmoermos» a mexicanada, foi hora de emalar a trouxa pois no dia seguinte embarcaríamos por aqueles mares além.

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